Eu tenho uma família bem grande. com ela aprendi tudo, desde valores humanos a culinária. Aprendi sobre laços e abraços, sobre "ser família", sobre nunca abandonar as raízes. Com a família aprendi a criar minhas filhas, educá-las e permitir que seja pessoas felizes, que saibam cultivar suas asas e preservar suas raízes.
Na grande maioria das vezes esses ensinamentos foram e são silenciosos, é olhando que a gente aprende mais... E num desses aprendizados, eu observava a minha prima Sandra, pequenininha e cheia de ímpeto pedindo e querendo tudo... o tempo todo. "quero aquela pombinha", "quero cachorro", quero... quero... e sempre pedia com brilho nos olhos, querendo de verdade e já sonhando em ganhar. Pedia até os passarinhos que ficavam nos fios de eletricidade. A mãe dela, tia Stela, sempre muito calma, olhava pra Sandra, respirara e respondi: "quer Sandra? que bom! de qual cor?" Sandrinha respondia e a vida seguia, no outro dia ela já queria outra coisa, e tia Stela sempre calma respondendo que sim, mas de qual cor? (rindo aqui sozinha...)
Minhas meninas sempre quiseram coisas e mais coisas, mas sempre mais insistentes que a Sandra e dificilmente esquecem os pedidos, eu sou obrigada a avaliar os pedidos e dizer sim ou não. Desde que lembrei dessa história não respondi mais "sim" e nem "não", apenas perguntando "de que cor?". Elas agora riem da história e já são crescidas o bastante para entenderem. Ainda pedem, mas respondo sempre com a memória das cores que daríamos a tal pedido... e assim segue a vida das minhas, agora, adolescentes cheias de alegria, energia e cores nos pedidos!