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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Ah! Minas Gerais! (parte 2: sabores)

Quantos sabores nos traz MG. Em todo canto, tudo o que vemos são delícias doces e salgadas ( as vezes juntas, as vezes separadas). Como não comer torresminho feito na hora? Como resistir à abóbora madura do almoço? E o cheiro das mangas na horta? Doce de leite e suas infinitas variações. Queijos saindo das formas ou curados... Tudo perfeito. Tudo tem gosto de casa da vovó, casa da mamãe. As crianças aprendem desde cedo que sabor se extrai da comida, sente-se no paladar bem definido.
Tudo sempre muito bom. Mas não há nada mais nostálgico, mais romântico, mais mineiro do que sentar à beira do fogão a lenha, tomar café e comer bolinhos de chuva (especialmente se estiver chovendo - ou armando uma grande chuva de verão) conversando com a família... aquele monte de gente conversando e vivendo aquele momento de felicidade. Ao morder os bolinhos temos sempre um caso pra contar, as lembranças da infância nos recobre, em uma fração de segundo  somos tomados por uma sensação de inexplicável de conforto, de colo. Talvez seja uma "comida de alma", como diz a Nina Horta numa de suas crônicas culinárias. Eu não tenho dúvidas de que momentos assim nos aproximam da Santidade!

Foto: Rita.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Ah! Minas Gerais! (parte 1: tecendo a vida)

Minas Gerais tem disso, muita tecelagem.
Eu sou a pessoa mais feliz do mundo quando me encontro no meio das Tecelagens, que, não por acaso, é também o berço da Inconfidência Mineira, O lugar é recheado de laços e entrelaços de história, de família, de cultura. Respira-se diferente por lá. É a nossa história viva, latente, pulsante que permeia o caminho da Estrada Real. História da qual sinto-me orgulhosa em conhecer e, na medida do possível, recontar e ensinar.
As mineirices todas são entrelaçadas como uma colcha tecida em tear, a gente senta para ter dois dedos de prosa e já se passa uma tarde toda entre risadas, boa conversa , casos e causos. É a coisa mais linda de se ver e  sentir, uma coisa que acontece naturalmente, mas que une  e enriquece a todos. Simples assim, porque as coisas mineiras são todas simples. Tudo amplamente costurado, alinhavado ponto a ponto, fio a fio até que a colcha esteja pronta, ou quase... porque a gente sempre tem uma coisa a mais para acrescentar. As amizades, as afinidades, a união familiar nascem desse trançado inquieto e constante dos teares da nossa memória, algo disciplinado porém manso, que não obriga ninguém ao ofício e sim seduz até o mais displicente.
A identidade mineira, assim como a colcha do tear, é algo único, jamais existirão duas colchas iguais, porque jamais terão fios iguais ou trabalhados iguais em essência e em existência. A formação da identidade Mineira passa por aspectos tão próprios trabalhados em silencio dentro das famílias e das cidades. Nada os corrompe. Não importa em quantos mares a gente navegue, não importa quantos céus foram cruzados, basta voltar a MG e estar 5 minutos na "terrinha" que tudo nos vem à pele, tudo. Talvez porque ser mineiro seja mais do que uma marca de nascimento, mais do que um registro nas certidões. Acho mesmo que ser mineiro é, no fim das contas, um grande presente de Deus, que vem aquecido em lindas colchas de teares inquietos que tecem fios, amizades, culturas, revoluções, vidas e almas. 

Colcha feita em Tear - Foto da internet.

Relacionamentos...

Mãe, como se marca um casamento?
-Namore, fique noiva, procure um cartório, marque a data. Vá a uma igreja, converse com o padre, faça as preparaçoes e... O grande dia chega!
"ahhhhhh, que sonho!!!!"
-vc quer casar, Lu?
" eu quero, só falta ficar adultinha e ter um noivo, fofo como o Sérgio"
-ta bom filha....

... E seguiram os planos...

(Sérgio é o noivo da madrinha Rita)

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"mãe, me faz calda de chocolate?"
-sério?  Pra quê?
"pra aprender... Afinal só o chocolate me livrará das tristezas da adolescencia, tipo perder namorados..."
-Hahahahahh ta certo, mas eu espero que vc nao tenha muitas tristezas, viu????
"algumas, mãe, algumas"...

#Medo!!!!

*Lis, prevendo as decepções que eu torço tanto para ela não ter. janeiro 2013