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sábado, 20 de janeiro de 2018

umbigo

Antigamente, mas nem tão antigamente assim, era costume enterrar o umbigo assim que ele desgrudava do corpinho dos bebês.
Era uma tradição. A maioria era enterrado aos pés de uma planta. Algo comum, sem muita explicação. O meu certamente foi enterrado em alguma roseira, era comum dar esse destino ao umbigo das meninas, deu certo, as vezes sou o espinho, as vezes sou a rosa. Brincadeiras a parte, sempre achei curioso esse hábito, um pouco romântico e um pouco bizarro. Não sei definir... mas, vida que segue...
Toda vez que vou a Minas Gerais e visito o Campo das vertentes, sinto uma ligação forte, uma atração, um deslumbre... sempre digo que meu umbigo está ali, cravado na serra de São José, entre Tiradentes e Prados. Obviamente não está, mas eu gosto de pensar que sim, pois ali estão muitos dos meus bons momentos da vida. Talvez porque inevitavelmente eu encontre raízes por lá. Mineirices, entrelaços e algo que não sei mencionar mas consigo sentir, talvez a simplicidade da vida tecida nos teares que tantas coisas fazem e me encantam.
Talvez a vida seja mesmo esse entrelaço de emoções, razões, raízes e asas. É como um ritual, a vida recomeça a partir desse encontro, essa sinestesia, essa vibração de sentir que por mais caminhos que a gente possa percorrer, nossos pés sempre voltam para onde está nosso umbigo. No meu caso, em terras mineiras. A ligação é eterna!

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