Dizem que há alguns, no tempo em que o tempo corria no rítmo normal e não sentíamos que ele (o tempo) nos foge pelos dedos, havia um casal que, após descobrirem que seus caminhos jamais se afastariam, resolveram procurar nos céus, nas estrelas, nas folhas das árvores, nas nuvens e até na poeira o "ser" que fosse lhes completar a vida, enchendo a casa de maios floridos ou de equinócios setembrinos, quiçá invernosos chocolates... abriram-se em esperanças e, enxergando num certo dia uma bela borboleta, descobriram que estava alí a chance de terem seu fruto abençoado.
Foram até a Bisa, aquela doce senhorinha olhava com tanto amor para as criaturas, que acabava transformando-as em FILHOS. Foi assim e com um pouquinho de leite, que nasceu a menina borboleta, tão bela! Até hoje é possível ver nos cílios o brilho e o balanço das asas das borboletas. E então o casal se transformou em berço que acolhe, braço que protege e mão que guia.
Meses depois, passeando pelo jardim da Bisa, a Menina Borboleta encontrou um ninho de joaninhas, tão pintadinhas, lindas. No meio do ninho havia uma maior, mais esperta e de anteninhas cacheadas... lindamente a joaninha voou para o braço da menina Borboleta, que levou a pequena joaninha (mas nem tão pequena assim) para a Bisa... e fez-se novamente a mágica, com amor (e outro pouquinho de leite), nasceu a pequena menina Joaninha, que guarda ainda hoje, em seus cabelos todos os cachos daquelas anteninhas encaracoladas...
E desde então, o casal passou a contemplar nos olhos, cabelos, cílios e passos, o sabor da verdadeira felicidade. E a Bisa? aquela linda, continua com seu sorriso tranquilo, fazendo mágicas por ai...
xx,
mamãe (num momento de lendas familiares)
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